Por motivos de configurações ou incompatibilidade técnica, este navegador não suporta criação de Cookies. Sem este recurso as funcionalidades Sociais e de Colaboração estarão indisponíveis. Para usufruir de todas as funcionalidades da Plataforma Cocriando atualize seu navegador ou faça download de um navegador diferente.

Blog

Você realmente precisa de tudo isso?

14 de Agosto de 2015

Curtir (0) Comentar () Compartilhe

Porque, afinal de contas, coisas são apenas coisas.
 
Temos falado bastante sobre a questão do consumismo exagerado por aqui – e vamos falar um pouco mais, na verdade. Até porque ela influencia não apenas nas nossas finanças, no quanto vai sobrar de dinheiro no final do mês, mas também no acúmulo de um monte de coisas que, vamos ser honestos, você nem precisaria mesmo...
 
A ONG britânica Working Together For a World Without Waste publicou uma pesquisa na qual comprova que as famílias inglesas não utilizam cerca de 30% das roupas e acessórios que possuem. Ouvida pela reportagem do site Fique de Boa, a consultora de moda Ana Vaz afirma que a situação no Brasil não é muito diferente. “Aqui, o consumo com vestuário representa 5,5% do orçamento familiar, porcentagem maior do que o investimento em escolaridade, segundo dados do IBGE. E as mulheres brasileiras, principalmente, mais do que as famílias inglesas, chegam a não usar mais do que 1/3 do guarda-roupa, pois compram peças que nunca serão vestidas ou serão usadas pouquíssimas vezes”.
 
Sabe aquela história de abrir o armário e dizer “não tenho nada para vestir”? E de se desesperar numa jornada rumo ao shopping, em busca da promoção mais próxima? Mas que tal dar uma olhada com mais calma e reparar nas dezenas de roupas penduradas nos cabides, nos muitos sapatos, nas coleções de brincos, anéis e colares espalhados nas gavetas? É muita coisa que você provavelmente não usa há muito tempo – e que, se bobear, usou apenas uma vez e nunca mais sequer tocou. O nome disso, gente, também é desperdício.
 
“As mulheres precisam experimentar mais as possibilidades de montar looks com as peças que já têm no guarda-roupa. Muitas delas gastam mais de R$ 700 em um único look, entre roupas e acessórios. Vale a pena comprar com mais consciência e procurar diversificar o uso das peças adquiridas”, diz a Ana. “O que elas não prestam a atenção é que, com cada peça, é possível criar pelo menos três combinações diferentes”.
 
Existe até uma corrente que prega o seguinte: é possível viver com um armário que tenha apenas 37 peças, contando com partes de cima, partes de baixo, vestidos, casacos e sapatos. Famosa por ter lançado esta ideia, a blogueira de moda Caroline Rector, do site Unfancy (http://www.un-fancy.com/), vai trocando algumas peças a cada três meses, conforme as estações do ano vão mudando. Mas, quando entra uma peça nova, outra tem que sair. E lá vai ela vender, trocar ou doar.
 
Aliás, por que mesmo você está pensando em roupas novas? Por que não, por exemplo, optar por roupas usadas, que estejam em bom estado e atendam às suas necessidades, sem precisar incentivar tudo que é gasto com uma nova produção? Maira Begalli, gestora ambiental e participante dos coletivos MetaReciclagem e Ecologia Urbana, afirma ao iG que nem todos estão interessados em itens praticamente descartáveis. “Há uma engrenagem delineada para que exista um desejo pelo novo no inconsciente coletivo. A indústria responde lançando um produto que supre essa necessidade, de comidas semiprontas ao fast fashion, com roupas feitas para não durar. Mas existe um movimento inverso de gente que prefere uma peça boa que dure e possa ser repetida do que várias de baixa qualidade. Isso é uma tendência, e reflete um interesse pelo valor cultural e conhecimentos associados aos bens materiais”.
 
A apresentadora Carla Lamarca gosta muito dessa tendência. “Às vezes ficamos todos iguais, vestimos sempre as mesmas marcas, ficamos padronizados”, critica ela, que chegou a ser sócia do Super Cool Market, que mescla roupas novas com as usadas. “Peças com história diferenciam, são únicas, especiais. O bacana é que, por um bom preço, achamos peças que estão na moda e temos a chance de ter o original, e não o fabricado hoje”.
 
Além de passar a frequentar brechós, uma outra forma de evitar o desperdício e praticar o desapego é participar dos chamados bazares de troca. Em papo com o site Vila Mulher, a jornalista Tatiana Achar conta que organiza esses eventos com as amigas. “Chamo a mulherada para uma pizza e peço que elas tragam roupas que não usam mais, que não saem do armário há mais de um ano e que elas gostariam de ver alguém que elas gostam usando”, diz.  “Para nós é reflexão. Se você realmente precisa e vai usar aquela peça antes de sair loucamente pegando de tudo”, explica.
 
Neste texto, falamos apenas sobre peças de vestuário. Roupas, sapatos, acessórios. Mas é claro que dá para adaptar os exemplos para muitas coisas que estão ao seu redor. Móveis, por exemplo. Livros, CDs, DVDs. Vale para tudo. É hora de repensar o que é de fato essencial para a sua vida... e o que é desperdício puro e simples. Os mais velhos têm uma lição essencial para casos como esses: “quem compra tudo novo é porque não sabe cuidar do que tem”.
 
E você, está pronto para lançar um outro olhar sobre o seu próprio jeito de consumir?
 
Saiba mais:
 
 
 
 

COMENTAR

Enviar Comentário

comentários